Atualizando dados econômicos do Brasil

A sociedade civil é como uma sociedade de um pouco mais de 200.000.000 de brasileiros, que vivem em conjunto, através do que produzem, em função da empresa chamada: Brasil.
A direção da empresa está de acordo com o governo executivo, que tem como missão governar a nação, administrando seus interesses públicos, de acordo com as leis previstas na Constituição Federal.
Os governos anteriores fizeram com que hoje em dia (2019) cada brasileiro nasça, devendo em conjunto com os demais sócios: R$5,30 Trilhões (total da dívida bruta pública), tendo que pagar cerca de R$371,7 Bilhões (quase metade do orçamento do governo) de juros desta dívida contraída, tanto a nível interno (no país) como a nível externo (com outros países), embora quem pague (ou role a dívida) seja o próprio governo, através dos impostos que recolhe dos sócios. Tudo o que o governo arrecada, menos as despesas de suas operações, gera um déficit primário anual de R$108,3 Bilhões (2018), ou seja, além de não conseguir amortizar parte do que deve, ainda não consegue fazer economia para pagar os juros da dívida já contraída, e portanto, como qualquer pessoa, é obrigada a rolar a dívida, e ainda contrair mais dívida para arcar com a diferença. No caso de 2018 veja: Devia = R$371,7 Bilhões , teve prejuízo de R$108,3 Bilhões, então, além de pagar o que devia, pegou mais R$108,3 emprestado, o que soma R$ 480,00 Bilhões de gasto no ano de 2018, apenas com a questão da dívida pública. 
 
 
                                                                          (Variação do PIB em 10 anos: 2008 a 2017)
 
Só que a forma que o governo pega emprestado não é como a das pessoas, que vão ao banco e tomam um valor para pagar com juros mais pra frente; ele emite no mercado financeiro Títulos do Tesouro Nacional e coloca à venda para as pessoas e fundos do próprio Brasil, assim como, do mundo todo, com uma taxa alta de rendimento para conseguir vende-los (gerar interesse), de forma que quem for resgatar os valores daqui 5, 10, 15 anos etc... tenha um retorno muito acima da inflação. Portanto, não é que o governo pega metade do dinheiro arrecadado com os impostos e paga de juros para amortizar a dívida pública, parte deste montante serve para a amortização, no entanto, o resto serve para a rolagem da mesma dívida, ou seja, ele paga pra quem resgata o dinheiro 10 e gera títulos que arrecadarão no futuro, com a venda, estes mesmos 10 pagos, mas com a promessa de quando o título vencer pagar os 10 mais os juros de rendimento prometidos, e assim ele se financia. Desta forma, se o governo, ao invés de déficit puder ter superávit (primário=antes do pagamento dos juros da dívida), este superávit servirá para pagar os juros da dívida e o grosso da dívida permanecerá estável (sem crescer exponencialmente como vem ocorrendo até o governo atual).

(Dívida Bruta do Governo Geral, que reúne governo federal, governos estaduais e municipais, excluindo Banco Central e empresas estatais **Dívida Líquida do Setor Público, que reúne governo central (Tesouro, Banco Central e INSS), Estados, municípios e estatais, com exceção de Petrobrás e Eletrobrás /Fonte:Banco Central)

ANO....PIB(R$)....DÍVIDA PÚBLICA (R$).............JUROS(R$).....RES. PRIM(R$) .........................INTERNA....EXTERNA....TOTAL**....................................................
2014....5,800 (Tri).....................................2,295 (Tri)....243,30 (Bi)........... - 32,5 (Bi) 
2015....5,904.(Tri).....................................2,790 (Tri).....367,60 (Bi).........-111,20(Bi) 
2016...6,266..(Tri).....................................3,112..(Tri).....420,00 (Bi)........-154,25(Bi) 
2017...6,600..(Tri).....................................3,550.(Tri).....400,80(Bi)..........-124,40(Bi) 
2018…6,800..(Tri)……………………....3,733.(Tri)….371,70*(Bi)……-108,30(Bi)
……………………………DÍVIDA PÚBLICA(R$)***...........................................................
2018.........................4,974……..328,20..5,302..(Tri)................................................................
 
*ANTES DA DEDUÇÃO DOS VALORES PROVENIENTES DE RESGATES LÍQUIDOS (TÍTULOS PÚBLICOS NO MERCADO)
**Líquida
***Bruta
 
Reservas Internacionais: US$382,21 Bilhões; (seguro para crise), sendo que com o câmbio flutuando a níveis baixos, ou seja, com o Dólar desvalorizando, a dívida em Dólar (externa) acaba reduzindo, o que também contribui para a redução da dívida pública como um todo, já que ela se divide em interna (R$) e externa (US$).
 
INFLAÇÃO(%)............SELIC(%).......................ANO..........
06,41....................................................................2014....... 10,67....................................................................2015....... 06,29...................................14,25........................2016...... 2,8.......................................07,00........................2017..... 3,89.....................................06,50........................2018.....
 
Qual a importância de manter a SELIC baixa?
Ajuda a manter a dívida pública interna mais estável, já que boa parte dos títulos públicos são resgatados no futuro, pelos investidores, com juros baseados na taxa Selic, e, por outro lado, o governo, ao negociar com os bancos internamente, consegue uma taxa de spread (diferença da taxa selic para os juros cobrados pelos bancos para o refinanciamento dos títulos) menor, gerando juros mais baixos à pagar aos bancos participantes da operação;
Em 2018, o setor público do governo federal, fechou o ano com um superávit de R$79,2 Bilhões, no entanto, como a conta da Previdência Social gerou um déficit de R$195,20 Bilhões, a economia obtida nas contas do governo, acabaram sendo anuladas pelo déficit da Previdência Social (INSS), tornando daqui pra frente, imprescindível que ocorra uma reforma na Previdência Social (conta engessada com maior déficit no orçamento) para tentar reverter este déficit nos próximos anos, caso contrário isso se refletirá no resultado das contas públicas, como um todo, por muito tempo, a exemplo do que ocorreu no último ano, e se o percentual da dívida bruta pública em relação ao PIB nacional, que hoje está em 76,7% continuar em ritmo de elevação, muito provavelmente os investidores começarão a levar o dinheiro aplicado nos títulos do governo brasileiro, para investir em outros países, que paguem bem e ofereçam um título com maior segurança de resgate do valor aplicado garantida (como os EUA), por constatarem que o Brasil está em rota de insolvência (em breve não conseguirá solver-se da situação : dívida alta contra resultado econômico do governo: baixo, com taxa de inflação alta e déficit primário constante, embora possua reservas boas).
Como o país é avaliado com relação à sua capacidade de honrar a dívida com credores?
O raciocínio que as empresas de rating internacional fazem, com relação à capacidade de um país honrar seus compromissos financeiros, é como o do proprietário de um imóvel que pretende autorizar a locação do imóvel para um determinado inquilino; se este pretende evitar calote, terá que checar com o potencial inquilino, quanto de sua renda já está comprometida com dívidas contraídas anteriormente, assim, este proprietário, poderá avaliar se o valor do aluguel caberá no bolso do inquilino, no momento da assinatura do contrato de locação e se há 'risco de calote' , dentro do prazo de vigência do contrato. Para a locação residencial, um comprometimento com dívidas, acima de 35% da renda do potencial inquilino, já se torna proibitivo para a locação; Para a avaliação de possível insolvência de um país, costuma-se considerar proibitivo o comprometimento do país a partir de 60 a 70% de seu PIB, levando-se ainda em conta: reservas, o percentual de juros (inflação do país) que está sendo considerado para a correção desta dívida e se há déficit constante ou superávit primário, pois se a inflação for alta, a dívida crescerá rapidamente, enquanto, se for baixa, crescerá lentamente, e se houver déficit constante será necessário emitir mais dívida, e o inverso, se ao contrário, como ocorre com países como o Japão, que chegam a ter um percentual de comprometimento maior que 100% do PIB, e mesmo assim, ter uma boa avaliação para investimentos estrangeiros, já que possuem deflação e superávit, o que mantém a dívida estável. Se você fosse uma empresa de rating e o Brasil tivesse que ser avaliado, possuindo cerca de 80% de comprometimento do PIB (tudo que produz) com dívidas, uma inflação de 14% a.a. e déficit primário (tudo que o governo recebe menos o que gasta, antes dos juros) constante na média de R$160 Bi / ano, você o avaliaria como possível bom pagador de seus compromissos vindouros? (pois era esta a situação do Brasil até bem pouco tempo atrás)

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