A simplificação leva à popularização e maior consumo do produto

Se repararmos no mercado de bens duráveis, vamos constatar que a ideia de um produto popular hoje, surgiu da necessidade de simplificar o projeto original, de forma a personaliza-lo, propiciando um maior consumo e, consequentemente, a sua produção em maior escala. De algumas décadas para cá o "sistema capitalista" se apropriou desta ideia, e ao ser observada a oportunidade de aumento de ganho das empresas e dos governos de seus países, em função do consumismo crescente pelas populações , dos produtos agora industrializados em linha de produção, a durabilidade dos produtos passou a ser menor, o que gera a necessidade para os cidadãos de troca do produto constantemente, seja porque seus componentes duram menos, ou porque, sua tecnologia se tornou ultrapassada. O que faz com que as pessoas, cada vez mais tenham dificuldade em acompanhar a evolução das tecnologias empregadas em cada produto, não obstante isso para o capitalismo seja a sua mola propulsora.


Verificamos essa trajetória de produção facilmente na indústria de Automóveis e de Computadores. Aqui focaremos a ideia inicial do motor de combustão, nascida originalmente no desenvolvimento do motor das locomotivas à vapor. A ideia é transformar a energia produzida pelo vapor em energia mecânica, capaz de mover um veículo à frente.


Inicialmente, utilizando-se o ar, a queima do carvão e a geração de vapor, para gerar energia, adaptou-se um sistema de manivela, cilindro e roda para a transformação da energia em força mecânica para mover um veículo, assim como ocorre com uma simples bicicleta.


E da ideia original de transformação de energia para mover uma locomotiva para a simplificação da ideia para mover um automóvel ou motocicleta, não demorou muito. E assim, o projeto original em formato grande gerou a plataforma para que se criassem motores menores, com peças menores, mas com ideia semelhante ao do movimento da Locomotiva, e surgiram, portanto, a árvore de manivelas (virabrequim), o pistão ligado à elas por uma biela, que desliza dentro do interior de um tubo de metal chamado cilindro, fazendo o mesmo movimento que a alavanca fazia para gerar o movimento mecânico, ou seja, transformando os movimentos de vai e vem da manivela em movimentos giratórios transferidos para as rodas do veículo. Ainda assim, era preciso substituir a forma de combustão afim de gerar energia para a movimentação do motor menor. Neste sentido, primeiramente o Sr.Huyghens tentou fabricar um motor utilizando pólvora como combustível ( na locomotiva era o carvão), mas as experiências não foram bem sucedidas, o mesmo ocorrendo com o Sr. Rudolph Diesel, que tentou utilizar pó de pólvora. No entanto, experiências subsequentes de motores começaram a utilizar produtos derivados de petróleo para a combustão, que por conterem mais energia térmica que a pólvora, com maior facilidade de controle, se tornaram os mais usuais até os dias de hoje. O fato é que o primeiro motor de combustão interna ( o da locomotiva era de combustão externa) suficientemente leve para ser utilizado em automóveis e aviões foi o motor a gasolina, inventado pelo alemão Sr. Nicolaus August Otto. Nessa época o Dr. Rudolph Diesel já trabalhava no desenvolvimento do motor à diesel.  Atualmente vem crescendo a utilização de energia elétrica para motores de automóveis em todo o mundo !

Nascia assim em 1867, século XIX, o primeiro motor com 4 cilindros, de 2 tempos  (mais utilizado em Motocicletas, Karts, Motoserras, Cortadores de grama), e depois em 1876, o de 4  tempos (para automóveis), à gasolina (Ciclo Otto). Hoje em dia, no Brasil, após o imenso desenvolvimento na indústria automobilística desde então, em função da popularização do uso do automóvel de passeio no mundo todo, embora os automóveis de motor 1.0 tivessem chegado à 70% de market share (participação de mercado) no ano de 2001, atualmente, passados 15 anos, com a perda de metade da participação, ou seja, com 34% das vendas no país, para alavancar uma reação, a indústria de veículos populares se baseia na modernização tecnológica dos veículos. Portanto, embora o modelo mais vendido no mercado atualmente: o Chevrolet Onix , hoje ainda possua 4 cilindros (consumo médio: 12,9 Km/l na cidade e 15,3 Km/l na estrada, com gasolina), em breve terá que ceder à tendência que se iniciou em 2012 entre as montadoras nacionais, com a Hyundai na fabricação do HB20, com 3 cilindros (consumo médio: 13Km/l na cidade e 15 Km/l na estrada) , segunda colocada em vendas. Em terceiro colocado em vendas, o Ford Ka, já possui 3 cilindros e é o mais potente desta turma, com média de consumo de 13,5 Km/l (cidade) e 15,7 Km/l (estrada), vindo na sequência o VW UP também com motor de 3 cilindros, garantindo um bom desempenho e muita economia (média de 14,2 Km/l na cidade e 15,3 Km/l na estrada, com gasolina). Depois aparecem o Fiat Mobi, já testando os 3 cilindros, o Nissan Marsh, já com 3 cilindros, o Uno, também com motor 3 cilindros, e o Gol, com motor 3 cilindros, todos com consumo em média de 13 Km/l (cidade) e 15 Km/l (estrada) na versão à gasolina. O que indica a tendência atual de se buscar como trunfo para as vendas: a economia de combustível . (Fontes: 1-Metalúrgica Schadek; 2-Jornal do Carro / Jornal O Estado de SP)

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